De acordo com o 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública publicado no início deste mês, a cada seis horas um paraibano morre de forma violenta. Enquanto isso, de acordo com o comandante do Policiamento da Região Metropolitana (CPRM), coronel Lívio Delgado, das 26 mil pessoas presas em 2015, apenas duas mil permaneceram presas.
“A questão da impunidade também nos preocupa bastante, a questão da audiência de custódia tem sido preocupante demais e revolta os nossos policias que veem as pessoas serem presas e liberadas logo depois. Ano passado, por exemplo, tivermos 26 mil pessoas presas e menos de duas mil permaneceram presas. Então, é preciso endurecer as leis e buscarmos soluções melhores”, declarou coronel Lívio.
Durante o evento, autoridades da área de segurança pública e representantes da sociedade apresentaram ideias que podem contribuir com segurança, trocaram experiências e formaram parcerias para auxiliar na redução dos crimes violentos no Estado.
O promotor e ex-secretário de Segurança Pública de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça, proferiu uma palestra durante o encontro. Ele apontou algumas ações implantadas na sua gestão que contribuíram com a redução da criminalidade em Alagoas. Segundo ele, o sistema penitenciário tem um custo muito alto para os Estados e a União.
“ É caro, mas ainda não é hora de o Brasil abrir mão do cumprimento de mais de 300 mil mandados em aberto de diversos crimes graves, ou seja, o Brasil precisa primeiro de uma política de endurecimento para saber que quem cometer um crime irá preso, o policial saber que seu trabalho está valendo a pena, a caneta do juiz, do promotor do advogado tem valor. Para depois o Brasil adotar a política de despolitização”, comentou Alfredo Gaspar.
O fórum
O I Fórum de Pacificação Social foi coordenado pelo deputado estadual Raoni Mendes (DEM) em parceria com o Instituto Mouzalas. “Nós participamos de um debate que foi uma excelente oportunidade para que a gente possa construir boas ideias que vão colaborar para acabar com a criminalidade. Sabemos que há muitas possibilidades para acabar com a violência e pretendemos dar continuidade a discussão para amadurecer novas formas necessárias para o combate”, disse Raoni.