Uma operação de retirada de resíduos está sendo feita no Açude Velho, em Campina Grande. Um dos principais cartões postais da cidade está com 80 centímetros a menos de volume, por causa da falta de chuvas. Com a diminuição do nível do açude, o afloramento de resíduos cresce na bacia do açude. Uma área em que a areia já é visível é em parte do açude que fica próximo ao Museu dos Três Pandeiros. Para o próximo ano, a prefeitura pretende entregar um projeto ao Governo Federal para dragagem do local.
Para o secretário de Serviços Urbanos de Campina Grande, Geraldo Nobre, a obra é feita por etapas. “Em 2017 pretendemos fazer esse trabalho, que é um trabalho de amplitude maior. Funcionaria colocando duas balsas submersas no Açude. Em uma ficaria uma retroescavadeira e em outra os caminhões, onde seriam colocados os materiais. É um trabalho lento, que seriam feitos entre quatro e cinco meses. É a única forma de fazer um trabalho eficiente e que atenda a expectativa que se pretende”, ressaltou.
A estimativa é que a dragagem custe ao menos, R$2 milhões. “Para ter uma ideia, a locação de balsas mensal custa cerca de R$ 180 mil. Além disso, é preciso ter um engenheiro naval para acompanhar a obra. Como são equipamentos que não existem na região Nordeste, e estão monopolizados no Rio de Janeiro, é também mais difícil de fazer essa dragagem. Hoje é difícil para a prefeitura fazer em virtude dos recursos, mas a prefeitura já se mostrou interessada em captar recursos para essa obra para o próximo ano”, disse Geraldo.
Novo esgotamento sanitário
Somente a dragagem não seria ideal. Uma das necessidades, segundo a Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma), é um novo sistema de esgotamento sanitário para a área central da cidade. “Atualmente todas as áreas da cidade, principalmente a central, convergem com o Açude Velho. Como essas áreas não têm esgotamento sanitário, todas aquelas lojas comerciais e casas da zona central jogam dejetos no sistema de drenagem, que a água de chuva leva para o Açude Velho. São três entradas que convergem para o açude, e um sangradouro que vai para o canal do Prado. São necessários dois processos. Primeiro a retirada dos dejetos que convergem para eles, ligando a rede de esgoto da cidade, e depois a dragagem”, informou Geraldo Nobre.
Em Campina Grande, existem 143 mil ligações de água e 100 mil ligações para coleta de esgoto, segundo a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa). O índice de esgotamento sanitário chega a 70%, mas é preciso fiscalizar como as demais unidades fazem o despejo de dejetos no meio ambiente.
Para o gerente regional da Cagepa, Ronaldo Meneses, todas as unidades que despejam seus esgotos não tratados em sistemas pluviais devem ser fiscalizadas pela prefeitura. “No Brasil existe o sistema separador, onde água de chuva tem um sistema diferente do sistema de tratamento de esgotos. Não pode haver mistura entre águas de chuva e canal de esgoto. A prefeitura deve catalogar e identificar quem joga esgoto nos canais de água de chuva. A Cagepa é responsável pela coleta de esgoto. Provavelmente é uma ligação muito antiga, quando não havia rede de esgoto no local, e o próprio esgoto já estava direcionado. A Cagepa pode analisar cada caso individualmente. É só o usuário pedir que é possível direcionar o esgoto à rede de tratamento da Cagepa. Se houver uma rede próxima, e em um nível abaixo do nível da residência, é cobrada uma taxa de ligação, que será paga pelo usuário”, respondeu Meneses.